segunda-feira, dezembro 31, 2007

2007... Fuck you!

"Fuck you", já lá dizia o outro. 2007 foi um ano tramado em muitos aspectos e esta é a frase derradeira que me apetece dizer nestas últimas horas. A boa notícia é que sobrevivi e estou mais optimista do que nunca.
Porque a vida às vezes surpreende-nos. Porque mesmo quando tudo corre mal há um lado positivo que se deve levar em conta. Porque tenho vontade de sorrir à vida. Porque 2008 vai ser o ano. E eu vou cá estar para o desfrutar.
Um feliz 2008 a todos... com mtos cozinhados ;)


sexta-feira, dezembro 28, 2007

O balanço do bolo-rei

Ingredientes:
Muitos kilos de massa doce
100g de fruta cristalizada
500g passas (do Algarve)
Meia dúzia de pinhões

Receita:
Juntam-se todos os ingredientes e batem-se durante doze meses até ganhar consistência. Leva-se ao forno da reflexão.

Chega o fim do ano e com ele o meu típico balanço dos últimos doze meses. Gosto de olhar para trás e rever tudo o que se passou. O bom e o mau. Este ano a minha vida pode assemelhar-se a um bolo rei. Uma massa doce, recheada com alguns intrusos menos saborosos, mas que, quer se goste quer não, acaba-se por comer sempre mais do que uma fatia. As passas são as que estão em maior número. Pertencem ao sector profissional. Umas doces, outras mais amargas, mas é certo que gosto de ver o meu bolo rei cheio delas. Foi um ano de muitas passas (as do Algarve?).
Os pinhões, que são o que eu mais gosto, representam os momentos afectivos. São poucos, é verdade, mas os mais saborosos que ficaram envolvidos na minha massa fizeram valer as fatias que comi. A fruta cristalizada é a família... sempre em cima do bolo-rei. Embora o ritual de a trazer às costas continue, neste ano consegui diminuir em muito o peso do seu aspecto açucarado.
O brinde é, como sempre, os amigos. Tenho vários brindes no meu bolo. Pequenos de aparência, mas grandes de coração. A fava é só uma (felizmente!). Ainda não sei o que fazer com ela. Pode ser que 2008 me dê uma ajuda.

segunda-feira, dezembro 24, 2007

Azevias pirlimpimpim

"Desejo-lhe um Natal pirlimpimpim!" Esta frase, seguida de um beijinho caloroso - vindo de uma pessoa que pouco me conhece - foi talvez o gesto que mais me tocou nesta quadra natalícia. Achei deliciosa a expressão "pirlimpimpim".
Confesso que este ano o espírito do Natal não me invadiu como de costume. Montei a àrvore tardiamente, os poucos presentes que comprei não foram pensados com imaginação como de costume e a minha ansiedade por ver a família reunida também ainda não apareceu. Tenho andado tão absorvida pelo trabalho que me esqueci que o Natal estava a chegar. Esquecimento que durou até ouvir esta frase, há poucos dias atrás. Por isso (e porque este ano não dei a atenção habitual a muitas das pessoas que me são queridas) achei que vos devia retribuir a frase que tanto me deu que pensar: Desejo um natal e um ano pirlimpimpim a todos. Que a magia da simplicidade dos pequeninos momentos esteja sempre presente!

sábado, dezembro 22, 2007

Teoria do sabão azul e branco

"Sabiam que em alguns manuais escolares antigos o sabão azul e branco vinha recomendado como método contraceptivo?" Após esta pergunta, foi inevitável não rir. O momento, com a gargalhada conjunta, ficou captado para sempre. É por estas e por outras que adoro fotografias.
Já é tarde, mas ainda continuo agarrada ao tachos (ao tal das massas em espiral...). Estou desejosa de ir para casa, mas não resisti a parar dois minutos por aqui e partilhar esta imagem. Quanto à teoria acima escrita: o sabão seria para usar antes, durante ou depois? Fica a pergunta para posterior reflexão. Por aqui pela cozinha só se for mesmo para lavar bem o material antes de meter a colher no tacho...

terça-feira, dezembro 18, 2007

Estômago descodificado

Ingredientes:
500g de desejos
1 boca satisfeita
1 raminho de mensagens subentendidas

Receita:
Juntam-se as 500g de desejos num estômago sôfrego, até a boca ficar satisfeita. Espera-se pela digestão e reflecte-se nas mensagens subentendidas do nosso corpo.

Há uns dias estava eu em casa à noite quando decidi fazer um zapping em busca de alguma coisa que me fizesse embrutecer em frente à televisão. Como sempre, lá estava a fiel companheira Oprah Winfrey. O convidado era o Dr. Oz. O tema era os maus hábitos alimentares... e as mensagens que o nosso corpo emite em formato de desejos.
Sabiam que quando nos apetece doces significa que estamos afectivamente deprimidos? E que quando nos dá uma vontade súbita de enfardar salgados é sinal de demasiado stress? E alguma vez pensaram que as pratadas de massa que enfiamos pela goela abaixo podem ser um sinal da nossa insatisfação sexual? Eu nunca tinha pensado nestas ligações. Decidi rever o que tinha comido naquele dia e cheguei a uma conclusão assustadora: ao almoço tinha comido massa, a meio da tarde tinha devorado um rissol no bar do Sr. Lopes e a caminho de casa deliciei-me com um chocolate Milka que me ofereceram à saída do trabalho. Será a minha alimentação um aviso do meu estômago para o descalabro que anda a minha vida?

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Há dias assim

Porque há alturas em que o silêncio vale mais do que mil palavras. Porque há coisas que simplesmente não podemos controlar. Porque, acima de tudo, há momentos em que temos de ser sinceros com nós próprios. Hoje não quero falar sobre culinária. Quero só ouvir esta música. Lamechas.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Beijo gratinado

Beijar é uma arte. Nisto o círculo de mulheres que me rodeia está de acordo. Culinariamente falando (por aqui tem de haver sempre esta versão), beijar é como acender o fósforo que nos vai pôr a chama no bico do fogão. Só depois de o fazermos é que podemos cozinhar todo o resto da relação.
A importância do beijo vai muito além de qualquer outro contacto físico entre duas pessoas. Não há ansiedade igual à que antecede o primeiro numa relação. Mais do que o sexo, o beijo marca o avançar de uma etapa. O problema é que nem toda a gente sabe beijar. Mas também há quem o faça muito bem. Este é um tema recorrente de conversa e, para terem noção da importância meticulosa que damos a este acto considerado por muitos como “banal”, aqui fica ipsis verbis a lista das cinco coisas que mais desagradam ao mundo feminino:

1 – “Os demasiado salivosos”
2 – “Os demasiado apressados que parece que vão apagar um fogo”
3 – “Os que têm mau hálito… dos problemas de estômago ao tabaco”
4 – “Os que andam com a língua às voltas como se a boca fosse uma rotunda”
5 - “Os que nos batem com os dentes e nos arrancam bocados dos lábios”

Embora um bocado (a favor!) cliche, aqui fica uma música sobre isto.

terça-feira, dezembro 11, 2007

Fora do prazo, mas com boas recordações

A ASAE ainda não nos deu luz verde. Pelo contrário. Depois de um dia de trabalho o meu iogurte está mais azedo e com os pedaços feitos num oito. Por mais que o ponha no frigorifico dos benurons, a temperatura não desce. Detesto estar doente!!
No entanto, acabei de ouvir uma música que me fez pensar no último fim-de-semana. Há uma parte da letra que diz: "There are so many special people in the world". Nada pode transmitir melhor estes dois dias. Mais do que portuguesa, sou cidadã do mundo. E, espero eu, uma dessas pessoas especiais. Hei-de voltar a este tema em breve.


segunda-feira, dezembro 10, 2007

Iogurte fora do prazo

Tenho muitas receitas para partilhar mas a minha cozinha foi fechada pela ASAE. Pelo menos por hoje. Estou tal e qual um iogurte fora do prazo de validade: com a temperatura bem mais alta do que era suposto, dores nos meus pedaços de garganta e ouvidos e com a cabeça verdadeiramente azeda. Seis horas numa sala gelada de um tribunal bem longe de Lisboa deixou o meu iogurte estragado. Vou mete-lo na cama e esperar que amanhã a ASAE da saúde nos volte a deixar funcionar.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Tal qual uma caixa de ovos

Ingredientes:
1 caixa de ovos
1 pacote de arroz
1 embalagem de massa em espirais
500g de alface

Explicações:
Há alturas em que a vida pode ser equiparada a uma caixa de ovos, aos tombos num saco de compras do Minipreço. Ali vou eu, protegida por um cartão rasca, à mercê das outras embalagens que parecem ferozes ameaças. De um lado a família, tal qual pacote maciço de arroz, que teima em cair em cima de mim. Com algumas mossas, os meus ovos têm resistido a anos de tombos no saco das compras, onde o tal pacote de arroz (tantas vezes dependente e irresponsável) insiste em inverter os papéis naturais dos intervenientes. Sinto-me cansada. Continuo com os pés de fora. Os meus ovos também.
Por outro lado, o trabalho. Tal qual pacote de massa em espirais. Os tombos que dá em cima de mim não fazem mossas tão grandes como o arroz. Algumas vezes vivemos numa sintonia perfeita, noutras é preciso alguma distância dentro do saco para não cairmos em exageros. Adoro massa, gosto desta embalagem em particular, mas não deixam de ser espirais.
A minha sorte é a alface dos bons amigos que tenho. Mesmo quando cai em cima do meu pacote de ovos não corre o perigo de os amachucar. Tem sido assim desde há muitos anos. Entre mim e os pacotes mais pesados, há sempre o conforto da alface.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Cozinheira de mau-humor... sarilho na cozinha

Há noites em que, mesmo faltando ainda umas horas para irmos dormir, sabemos à partida que na manhã seguinte vamos acordar com os pés de fora. Hoje é uma dessas noites.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Gargalhadas de cozinheira

Não há nada como o som estridente de uma gargalhada. Nunca percebi muito bem o que nos leva a faze-lo desta forma, muitas vezes incontrolável. Hoje ri muito. Não era o sítio mais indicado mas até as lágrimas me escorreram pelas bochechas. Por causa de uma pessoa que está noutro continente e de outra que está a dois metros de mim. Conto isto só porque já não me lembro se alguma vez escrevi aqui que adoro rir. Adoro mesmo!

domingo, dezembro 02, 2007

Os avisos do bolo de chocolate

Ingredientes:
4 sinais de aviso
550g de paixão
1 tablete de chocolate

Receita:
Batem-se as 550g de paixão com quatro avisos bem visíveis. Depois de se bater com a cabeça na parede, adiciona-se a tablete de chocolate até nos decidirmos a voltar a tentar.

Explicação:
Quantas vezes já dissemos a nós mesmos que nunca mais nos queriamos apaixonar? Quantos amigos (e eu mesma) já me disseram esta frase, convictos de que tinha sido a última. A verdade é que caímos sempre no mesmo erro. Uma espécie de jogo de "bater com os co... na parede" repetidamente, rejeitando todos os sinais de aviso que nós damos a nós próprios. Após alguma reflexão sobre este tema, há quatro sinais muito, mas mesmo muito, comuns. Só não percebo é porque é que na altura não espetamos um cartão vermelho e fazemos parar o jogo antes de haver penalti. Ora vejamos:

1º Quando acordamos e adormecemos com cara da parvos a pensar na pessoa (primeiro sinal de aviso, tipo árbitro a apitar)
2º Quando um simples roçar de braços com a pessoa nos dá choques eléctricos pelo corpo todo (sinal STOP bem à frente dos nossos olhos... mas nunca o vemos)
3º Quando ficamos com o estomago totalmente à voltas e perdemos a fome, só com a ansiedade de voltar a ver a pessoa (duas luzinhas vermelhas começam a piscar com a palavra "PERIGO!", "PERIGO!")
4º Quando acordamos ao lado da pessoa e, mesmo com o hálito matinal, cabelo desalinhado e remelas nos olhos, a achamos adorável e temos vontade de a beijar (Chegámos ao ponto do "tá tudo fod...". irremediavelmente apaixonados)

Estar apaixonado é como comer um bolo de chocolate. Apetece-nos devorá-lo de uma só vez com medo que desapareça. Sabe-nos muito bem cada dentada e suspiramos só de pensar no recheio cremoso. Sabemos que podemos terminar com uma bela dor de barriga mas continuamos a comer. Talvez porque também há sempre a hipótese de terminarmos completamente lambuzados de felicidade. Seja como for, faz-nos sentir vivos. É uma chatice, mas sabe muito bem.

sábado, dezembro 01, 2007

A realidade fora da cozinha

Há dias em que o mundo nos obriga a enfrentar a realidade. Não me apetece ainda, mas as circunstâncias assim o ditaram. Chegou a hora de pôr a tampa no tacho, desligar o fogão e tirar o avental das desculpas esfarrapadas.