quinta-feira, agosto 28, 2008

Esparguete stressado na caçarola

Quatro velhinhas brincam com os esparguetes dentro de uma caçarola bem cheia de água. O cenário faz sorrir qualquer um. Ao mesmo tempo uma louca nada furiosamente dentro desse caldo sem refogado, redescobrindo o prazer de meter as ideias em ordem com umas belas braçadas sem colher de pau. A louca sou eu, claro.
Afastada das minhas aulas cheias de molho do body combat (por causa de mudanças de horários), opto pelo esparguete cozido da piscina do ginásio. Entre a hidroginástica e a natação livre, debato-me com o stress que teima em não sair de dentro de mim. Sou como uma massa espiral em água a ferver, talvez mesmo um pacote disperso de massinhas de letras que não sabem ainda que palavra formar. Acabo o dia na carbonara pesada e indigesta da vida nocturna em frente ao computador. E espero ansiosa pelo próximo momento de relaxamento na caçarola. Ando a precisar.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Brigadeiros e afins

Hoje há brigadeiros, mousse de chocolate, bolos coloridos com os meus granulados secretos e muito mais. É dia de festa na cozinha. Sem qualquer motivo em especial. Apenas porque a vida merece ser celebrada diariamente. Por isso mesmo aqui fica o clássico de sempre.


terça-feira, agosto 19, 2008

Ovos moles... especialidade da casa!

Sempre me ensinaram que o segredo dos ovos moles está em bate-los até à exaustão. Com impaciência, indecisão, insegurança, mas de animo leve. Descobri entretanto que sou uma expert nesta receita…
Junto sempre um pouco de farinha do “deixa andar” para engrossar o leque de ovos deste doce, deixo-me estar armada em mole, faço-os sentirem-se cada um “o único” e no fim misturo-os todos (para mal dos meus pecados). Alguns como-os à colher, outros guardo no frigorífico para mais tarde.
Apanho uma barrigada (bendito alka-seltzer daqueles que me aturam!) mas os meses passam e continuo insaciada olhando sorrateiramente para o pequeno pacote – que não é de Aveiro – que teima em permanecer fechado na prateleira. Incrivelmente ainda não se esgotou o prazo de validade. Até eu me assusto com esta capacidade de conservação.

quinta-feira, agosto 14, 2008

Conversas na cozinha... outra vez

Parola 1 - Estou farta de me apaixonar pelas pessoas erradas.
Parola 2 - Isso é porque não estás disposta a ter sentimentos por ninguém.
Parola 1 - Não consigo tirar esta capa da durona, eu sei.
Parola 2 - E que tal se abrisses o coração?
Parola 1 - Pois, se calhar tens razão. Ultimamente só tenho aberto as pernas.
Parola 2 - (revirar de olhos e gargalhada)

São conversas como estas – simples, directas, sinceras, ordinárias, divertidas – que fazem com que as cozinheiras do meu espaço gourmet criem elos inabaláveis. Embora com opções diferentes de condimentos, respeitamos os sabores do prato de cada uma. Respeito é a palavra-chave da amizade.

terça-feira, agosto 12, 2008

Condimentos musicais eternos

Por falar em paixões, há condimentos musicais eternos que por mais anos que passem não deixam de tocar na minha cozinha. Se tivesse de fazer um TOP 10 das mais ouvidas por mim em épocas lamechas estas estariam lá de certeza:

Eric Clapton “Wonderful tonight”
Damien Rice “Canonball”
Caetano Veloso “Sozinho”
Bryan Adams “I’ll always be right there”
Dave Matthews “Crash into me”
John Mayer “Your body is a wonderland”
Clã “Problema de Expressão”
Chico César “À primeira vista”
U2 “In a little while”
Ana Moura “Aguarda-te ao chegar”

Alguém resiste a estas especiarias do coração?

Recheios de verão

O Verão é por excelência recheado com os melhores cremes de paixões arrebatadoras. Este breve apontamento serve para dizer que encontrei o meu recheio. Perfeito. Platónico.
Chama-se Nitin, tem quase idade para ser meu pai – nada que já não comece a ser um hábito – esteve no Sudoeste, arrebatou-me por completo. Além de ser um belo exemplar de beleza gastronómica, tem também um toque de especiarias longínquas e um ligeiro aroma a incenso. Estou rendida. A última vez que o vi, estava mais ou menos assim:

terça-feira, agosto 05, 2008

Gelatina Gelly-Já!

Ingredientes:
1 pacote de gelatina
100g de tremores
Solidez qb

Como que por magia a gelatina começa por ser líquida mas depois solidifica-se. Na vida há muitos momentos em que devemos mexer bem o pacote de “Gelly-Já” que há em nós e mantermo-nos sólidos, indestrutíveis, serenos… por mais que haja alguns tremores. Tenho passado por várias situações de gelatina ao longo dos anos e nenhuma delas me conseguiu deixar em estado líquido. Nas últimas semanas o meu pacote Gelly já voltou a ser posto à prova, com sabores pouco doces, muito menos amorangados. Mesmo fora do frigorífico faço um esforço por não acabar a escorrer. A verdade é que continuo de pé. Sólida para o que der e vier.

Ps – Agradecia-se que a seguir viesse uma lata de chantilly.

sexta-feira, agosto 01, 2008

Cozedura impaciente

Não gosto de comida mal passada, mas confesso que não sou das cozinheiras mais pacientes no que toca a tempos de cozedura. Sou péssima quando o que me exigem é esperar… principalmente se nem sequer tiver o cheiro do repasto para me ir saciando. Mais estranho ainda é que mesmo não tendo grande queda para esperar, acabo sempre por deixar colar ao fundo do tacho os refogados mais difíceis. Sou uma contradição. Eu sei.