Aproxima-a da sua cara. Ela sente a barba rija do queixo dele ao de leve. Ele dá-lhe uma primeira dentada. Tímida. Calma. Como se estivesse só a tentar perceber o seu sabor. Segue-se outra mais forte. Com ritmo, mas elegância. Mais uma. E ainda outra. Os dentes enterram-se com força e deslizam devagar… até tocarem uns nos outros novamente. E recomeça outra vez.
O sumo desliza pela boca dele. Ela sente-se cada vez mais possuída. Como se cada dentada que sofre a fizesse perder a noção do tempo e do espaço. Deixa de ser verde ou vermelha, reineta ou bravo esmolfe. É apenas uma maçã. Apaixonada por aquele acto de entrega mútua. Com sabor a proibido.
