segunda-feira, dezembro 15, 2014

Carne vs vegetais

Ninguém que realmente goste de comer carne passa para o lado vegetariano da vida de ânimo leve. A decisão custa, mas quando os prós e contras chegam à balança, os resultados dão que pensar.

A carne sai cara e muitas vezes nem sequer dá à arte de a cozinhar a sua merecida dignidade. Quando consumida durante demasiados anos seguidos, a conta final pode tornar intolerável qualquer tentativa de gestão culinária da vida. Mas sabe bem e chega mesmo a ser viciante. 

Por mais que a saúde reclame há sempre espaço no estomago para mais um bocadinho, mesmo quando os acompanhamentos mais indigestos insistem em provocar azia. Não importa que tenha de ser cozinhada a correr e que na maioria das vezes a tenhamos de comer quase em sangue. Quando se gosta, gosta. E a capacidade de a consumir, ora bem, ora mal passada, parece inesgotável. Até um dia.

E esse dia chegou. A perspectiva de uma gestão mais digna da cozinha ditou grande parte da decisão. A necessidade de desintoxicação também. A saúde agradece, a carteira também. A língua, essa já consegue estalar ao experimentar novos sabores. Sempre teve essa capacidade. O estomago adapta-se, entusiasma-se, aprende a comer com calma, sem se sentir culpado por isso. Mas a verdade é que quem gosta de carne, gostará sempre. E de uma forma ou de outra ela vai estar sempre presente no meu menu. Mesmo que já não seja o prato principal.


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