terça-feira, dezembro 18, 2012
terça-feira, novembro 27, 2012
sexta-feira, novembro 23, 2012
Doce de solidão
Em português do Brasil todos os doces parecem saber melhor. Mesmo os de sabores amargos.
terça-feira, novembro 13, 2012
Comida de rua
Há alturas em que somo brindados por palavras inesperadas. Com cheiro a comida de rua, mas com a clareza e calma do menu mais gourmet de sempre:
Ele - “Isto está difícil, não é?”
Eu - “Pois, não está fácil, não.”
Ele - “Mas olhe, há que ter força e não desistir. Ele (apontado para cima) há-de ajudar-nos a todos”
Eu - (Sorriso)
Ele – (Sorriso e um encolher de ombros)
Eu - Boa sorte para si! Desejo-lhe um bom domingo!
Ele - “Para si também, menina!”
Foram estas as palavras que troquei com um sem-abrigo que pedia no trânsito e olhou para mim num daqueles momentos em que a ordenação de ideias nos faz fechar os olhos para nos percebermos melhor.
E, por momentos, tudo se tornou mais claro.
segunda-feira, novembro 12, 2012
Salsicha alemã
Dizem que é rija e pouco dada a variações de tempero. Embora
esteja diariamente nos menus de todas as
casas nacionais, hoje é servida à mesa da Nação. Ao lado do Coelho à Caçador
que, se não se põe a pau, acaba em cabidela. Independentemente de toda a água que se tem posto na fervura, a ambos é dedicado este vídeo tinto (de luto), envelhecido em cascos de muito trabalho e aromatizado com o desespero de quem já mal consegue chegar à mesa…
Para saborear com toda a calma, sob risco de indigestão extrema.
segunda-feira, novembro 05, 2012
Doces recordações
Hoje encontrei este vídeo na Net e deu-me a "Nostalgia". Lembro-me que ele, muito de vez em quando, cozinhava-me a música
do Vitinho na viola. Eu era uma criancinha que conseguia ser chata quando
queria atenção e esta era a forma que ele arranjava para me calar. E eu gostava
muito. Lembro-me também de ele andar sempre com o seu maço SGVentil. Maço, não.
Maços. Tinha sempre dois. Lembro-me também da roupa que a minha avó lhe
cozinhava, para que andasse tipo actor de cinema. E a verdade é que ele parecia
mesmo uma estrela de Hollywood nos anos 50. Lembro-me que ele raramente ria,
mas quando o fazia os olhos brilhavam-lhe como se fosse um garoto. Lembro-me
que ele gostava de queijo da lha e que um dia ficou doente por comer demais.
E nesse dia fui dar-lhe um beijinho à cama, naquele quarto de paredes
cor-de-rosa, que cheirava a after shave misturado com SG Ventil. Lembro-me
também de o ver em palco e de gostar de ser a neta e filha dos artistas que toda a
gente aplaudia com fervor. Mas depressa me fartava e ia brincar lá para fora,
porque a minha energia infantil era como um lume forte que não me permitia
ainda saborear a música em lume brando. Para todos ele era um génio, para mim era apenas o meu avô.
Lembro-me de muitas coisas e, cada vez que penso nele, tenho pena de não termos tido a oportunidade de chegar às conversas de adultos. Às vezes imagino como teria sido cozinharmos em conjunto a nossa obsessão mútua por livros, mezinhas caseiras e mistérios do oculto. E, com nostalgia, não duvido: teria sido um grande repasto.
Lembro-me de muitas coisas e, cada vez que penso nele, tenho pena de não termos tido a oportunidade de chegar às conversas de adultos. Às vezes imagino como teria sido cozinharmos em conjunto a nossa obsessão mútua por livros, mezinhas caseiras e mistérios do oculto. E, com nostalgia, não duvido: teria sido um grande repasto.
Etiquetas:
avô,
chef Paulinha,
culinária da vida,
doces,
fado,
guitarrista,
infância,
Martinho d'Assunção,
Recordações do livro de receitas da avó
domingo, novembro 04, 2012
Cachorro quente
É quando menos esperamos que este tipo de
pratos acontecem. Aparecem-nos na cozinha, sem aviso prévio e conquistam-nos o
estômago. É certo que há cachorros e cachorros, mas o que agora é
prato principal desta cozinha é bem quentinho. Daqueles ideais para começar o
dia com umas belas lambidelas… e também para acabar, numa refeição demorada
entre as mantas do sofá. Daquelas que viciam e se tornam obrigatórias no menu. Porque, por este lados, o cachorro quente passou
a ser uma receita de amor. Para todos os dias.
quarta-feira, setembro 26, 2012
Champanhe com gelado de morango e baunilha
Na cozinha só se ouve o tic-tac do relógio em tom de contagem descrescente. Dentro de poucas horas tiro o avental de todas as obrigações profissionais e passo a cozinhar apenas por lazer: com o coração. O cérebro, esse vai de férias... e eu fico agarradinha a uma flute de champanhe, recheada a gelado de morango e baunilha!
segunda-feira, setembro 24, 2012
segunda-feira, setembro 10, 2012
quinta-feira, agosto 30, 2012
Bife de tigresa
Há algo de profundamente primário na gula que a carne de tigresa desperta. Para minha surpresa. Aqui na cozinha decidimos incluir este padrão num empratamento que tem mais de gourmet do que de debochado: o peito ficou fora da vista. Das coxas - que aqui digamos que sao bem recheadas - há apenas um pequeno vislumbre. À partida, a mistura nada tem de picante mas, invariavelmente, a língua de quem pousa os olhos nesta carne arde com malaguetas verbais indiscretas. Não sei se serão os meus longos e desalinhados fios de ovos a esvoaçar (que no verão ganham sempre um tom mais dourado e apetecível) que ajudam a chamar à atenção, ou se, porventura, os chispes de tigresa adornados de molho cor-de-rosa também ajudarão à festa. Mas o que é certo, é que há muita gente a salivar por este naco e a dizê-lo com todas as letras. E eu não gosto de me sentir caça grossa.
Sem falsas modéstias, até pode alimentar o ego mas a verdade é que é embaraçoso na maioria dos casos (e não quero com isto dizer que só os homens das obras e afins andam cheios de apetite, entenda-se...). Eu quero acreditar que a culpa é do verão. Porque o calor do forno desta cozinha não está minimamente para aqui virado... E o bife de tigresa não está disponível no menu.
sexta-feira, agosto 24, 2012
quinta-feira, agosto 23, 2012
Vinho Sexy
As cores da garrafa nesta edição de verão não enganam. Consta
que é um vinho cheio de emoções. Generoso, exuberante, fresco, com leve acidez
e doçura. Dizem os produtores que tem (olhos) de amarelo citrino, com bom
volume e aroma a toranja e folha de chá. Secretamente, aquece o conjunto com
notas de pêra (que o seu corpo forma), especiarias e nata, terminando em boa
persistência.
Cada um de nós tem a sua maneira muito própria de ser sexy na culinária da vida. E eu digo que este vinho foi feito a pensar em mim.
Etiquetas:
As escolhas do chef,
chef Paulinha,
culinária da vida,
Pimientos Padron: unos pican otros... non,
Sexy Summer Edition,
verão,
vinho Sexy
Subscrever:
Mensagens (Atom)