sexta-feira, dezembro 11, 2009

Molho de natas com cogumelos

Nunca um molho com cogumelos poderá ser igual a outro que comemos anteriormente. Frescos ou de lata, a textura dos cogumelos muda tudo. Com café ou com mistura de pimentas, o sabor muda. Com mostarda ou sem, a cor nunca será igual. Com vontade ou sem vontade, também isto muda o rumo final do prato. Gosto desta improbabilidade. Cada molho é um molho. Mesmo que seja sempre a mesma pessoa a cozinhar.
Dou por mim envolvida em molhos de natas e cogumelos improváveis onde o que menos esperamos se torna numa probabilidade. Desconhecidos tornam-se conhecidos. Noites calmas transformam-se num carrossel onde me sabe bem estar. Gosto de telefonemas improváveis que me mudam o rumo de um dia e me levam de volta a refúgios onde há muito não ia... para ficar. Agora num carrossel de calma. Gosto da sinceridade desses momentos, dos olhos que, embora tenham entrado na minha vida num passado recente, me conhecem e me fazem sentir viva na minha simplicidade e dúvidas constantes. Simplesmente eu. A rir alto. A comer com a mão. A cantar desafinada. A dar um abraço apertado só porque me apetece. Gosto de dizer: "apetece-me escrever" e em resposta ter um sorriso cumplice de quem me lê nas entrelinhas. Gosto de escrever este post com os copos e ter noção de que amanhã não o quererei apagar porque simplesmente é uma improbabilidade provável... envolvida em molho de realidade. Gosto. Gosto mesmo.

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