Uma cozinheira, no sentido total da palavra, não deveria demonstrar resistência a novas formas de cozinhar algo que já há muito tempo faz parte do seu habitual menu. Peco neste aspecto, tenho de confessar. sexta-feira, maio 28, 2010
Café com leite
Uma cozinheira, no sentido total da palavra, não deveria demonstrar resistência a novas formas de cozinhar algo que já há muito tempo faz parte do seu habitual menu. Peco neste aspecto, tenho de confessar. quarta-feira, maio 26, 2010
Degustação de memórias
Falámos sobre a vida. Sobre o passado, o presente e o futuro. Dos rostos que ambos conhecemos e daqueles que cujas apresentações ficaram ao cargo dos astros. Rimos, como fizéramos em Bali. Ouvi novamente os seus conselhos. Fiquei a pensar neles durante os minutos de silêncio mútuo nas ruas de Alfama.
Há momentos que nos trazem à boca o sabor de muitas memórias. As melhores memórias. As que ficam guardadas no coração. E com elas o rio corre, tranquilo. Mesmo que a velocidade seja muita.
quarta-feira, maio 12, 2010
Gelado de requeijão com marmelada
terça-feira, maio 11, 2010
English breakfast
O ovo é frito até a gema brilhar… pronta a rebentar, na sua habitual compostura. As salsichas são atiradas para a frigideira, uma a uma. Ganham cor, mas não se perde muito tempo com elas pela manhã. Juntam-se torradas, aparadas, sem côdeas duras indesejadas. Há três tipos de doces, com texturas diferentes que me põem a boca sem amarguras. Da cafeteira topo de gama sai café, com aroma gourmet vindo de longe e de perto. Há também sumo abundante, de (muitos restos de) frutas tropicais. O pequeno-almoço é servido num tabuleiro bonito. Dizem que a vista também come. Tenho de concordar. Abro o melhor dos guardanapos de linho. Sinto-lhe o cheiro perfumado, que poderia inebriar o meu olfacto ainda tão jovem e ansioso por mais e mais. Há uma flor ao lado. Gosto. Afinal, é sempre romântico ter flores na mesa. Mas então, porque será que nada disto me entusiasma? Levanto-me. Continuo a preferir uma meia de leite e um pão com manteiga.
Simples. (Como eu).
segunda-feira, maio 10, 2010
(...)
Quantas vezes podemos sentir-nos desiludidos na culinária da vida? Quantas vezes nos podemos surpreender a sorrir? Quantas vezes podemos acreditar em algum sabor? E quantas vezes podemos ter de assumir que, afinal, estávamos errados?
Na cozinha, resisto-lhes. Desacredito na minha capacidade de (ainda) sentir o baque do ingrediente inesperado. Como se houvesse uma total imunidade à alegria e à tristeza súbitas. Mas quando menos espero: saboreio-as. Em dose dupla. Vindas de diferentes frascos presentes na minha prateleira das especiarias diárias. Surpresas que fazem sorrir, desilusões que me tiram a vontade. Certezas transformadas em incertezas. Incertezas transformadas em certezas. Calo-me. Perguntam-me o que tenho. Calo-me. Decido desligar o fogão e não cozinhar. Pelo menos hoje. Amanhã, logo se vê.
