Passaram-se alguns anos desde a última vez que os sonhos amarelos me visitaram pela calada da noite. Com o ano a terminar, eles fervilharam uma vez mais na minha cabeça, sem receita prévia.
Acordei de manhã e ainda lhe sentia o cheiro. Não sei se era a bolos ou apenas ao forno da minha culinária da vida. Mas o cheiro estava preso às minhas narinas.
Havia uma grande portada que se abria de par em par para me deixar entrar. Os raios de sol furavam tranquilamente a penumbra densa e senti um calor no peito. Não é grande, apenas espaçosa. Ouvi risos e correrias. Fechei os olhos e deixei-me invadir pelo maior dos amores. Não consigo ver-me a mim. Não sei se sou velha, se sou nova. Serão aqueles risos dos meus filhos ou dos meus netos? Não sei. Só sei que sinto paz. E que é ali que pertenço. À minha (eterna) casa amarela.
quinta-feira, dezembro 30, 2010
domingo, dezembro 26, 2010
Pitadas soltas
Maravilhosa. Fantástica.
Não sei qual das duas pitadas soltas gosto mais. Mas nenhuma é suficiente.
Não sei qual das duas pitadas soltas gosto mais. Mas nenhuma é suficiente.
quinta-feira, dezembro 23, 2010
Salada russa
Não consigo precisar em que momento toda a salada ficou fria... para nunca mais voltar atrás. Não sei quando é que todos os meus pedacinhos cortados com alguma infantilidade deixaram de ser formas curiosas na travessa, para passarem a pedaços fortes, cozidos, secos, sem deixarem contudo de acreditar na maionese que os vai acariciando e tornando-os macios.
É difícil lembrar-me da hora em que abri o frigorífico da alma para tornar a minha salada russa em algo que, pouco a pouco, deixou de ser fumegante. Quando é que deixei de ceder a jogos e manipulações, a desilusões com acompanhamentos surpreendentemente mal-formados.
Mesmo acompanhada à mesa, entrei sozinha nesta eterna confeção. Porque é assim que sempre estarei.
E com um sorriso.
É difícil lembrar-me da hora em que abri o frigorífico da alma para tornar a minha salada russa em algo que, pouco a pouco, deixou de ser fumegante. Quando é que deixei de ceder a jogos e manipulações, a desilusões com acompanhamentos surpreendentemente mal-formados.
Mesmo acompanhada à mesa, entrei sozinha nesta eterna confeção. Porque é assim que sempre estarei.
E com um sorriso.
quinta-feira, dezembro 16, 2010
Porta da cozinha (re)aberta
Sei que vos parece que tenho estado ausente. Que não tem havido refogados que vos cheguem ao nariz vindos daqui. Mas a cozinha não tem estado parada… apenas encostei a porta principal devagarinho para simplesmente me permitir abrir a das traseiras com toda a calma:
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