quinta-feira, dezembro 30, 2010

Sonhos amarelos

Passaram-se alguns anos desde a última vez que os sonhos amarelos me visitaram pela calada da noite. Com o ano a terminar, eles fervilharam uma vez mais na minha cabeça, sem receita prévia.
Acordei de manhã e ainda lhe sentia o cheiro. Não sei se era a bolos ou apenas ao forno da minha culinária da vida. Mas o cheiro estava preso às minhas narinas.
Havia uma grande portada que se abria de par em par para me deixar entrar. Os raios de sol furavam tranquilamente a penumbra densa e senti um calor no peito. Não é grande, apenas espaçosa. Ouvi risos e correrias. Fechei os olhos e deixei-me invadir pelo maior dos amores. Não consigo ver-me a mim. Não sei se sou velha, se sou nova. Serão aqueles risos dos meus filhos ou dos meus netos? Não sei. Só sei que sinto paz. E que é ali que pertenço. À minha (eterna) casa amarela.

1 comentário:

carolina disse...

:) e aqui estás tu, a Paula. A mulher. Ps: continuo a achar que deves seguir esse caminho, o da mulher.