quinta-feira, dezembro 23, 2010

Salada russa

Não consigo precisar em que momento toda a salada ficou fria... para nunca mais voltar atrás. Não sei quando é que todos os meus pedacinhos cortados com alguma infantilidade deixaram de ser formas curiosas na travessa, para passarem a pedaços fortes, cozidos, secos, sem deixarem contudo de acreditar na maionese que os vai acariciando e tornando-os macios.
É difícil lembrar-me da hora em que abri o frigorífico da alma para tornar a minha salada russa em algo que, pouco a pouco, deixou de ser fumegante. Quando é que deixei de ceder a jogos e manipulações, a desilusões com acompanhamentos surpreendentemente mal-formados.
Mesmo acompanhada à mesa, entrei sozinha nesta eterna confeção. Porque é assim que sempre estarei.
E com um sorriso.

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