domingo, junho 27, 2010

Sandes de salpicão

A fome pode aparecer quando menos esperamos. E quando sentimos a urgência de comer, estar ou não estar nas quatro paredes da cozinha passa para segundo plano. O que interessa é tapar o buraco. É nestas alturas que ceder à tentação de uma sandes rápida pode ser uma boa solução-
Abre-se o pão com a mão até se sentir o miolo a dar de si entre os dedos. Não se perde tempo a barrar manteiga. Sente-se o estômago a falar mais alto. A saliva, essa começa a acumular-se na boca. Arranca-se o salpicão da embalagem. Sem qualquer toque gourmet enfia-se dentro da carcaça. Com pele. Os sabores da carne sabem melhor assim em bruto.
Sem perder tempo a pensar se é o sítio certo ou não para matar a fome, devora-se a sandes. Com pressa, com urgência de a sentir em cada gota daquela saliva que anunciara a gula. Caem migalhas, faz-se demasiado barulho a mastigar... mas ninguém se preocupa. Porque no fim, sacudida a roupa e limpa a boca de qualquer vestígio de pão ou enchido, só mesmo o sorriso de quem se sente saciado poderá denunciar aquela refeição.

3 comentários:

Alexandre Moleiro disse...

Muito melhor que a fast-food que alguns nos querem impingir!

Chef Cosme disse...

Qual fast-fodd, qual quê! Nada como uma bela sandes de carcaça e salpicão nacional... ;)

carolina disse...

que bela metáfora...