
Mas o pêssego troca-nos as voltas quase sempre. Podemos sentir a ternura do seu lado mais macio, descascar-lhe essa pele aos poucos e ter uma verdadeira noção do seu aroma. Podemos sentir o seu sumo a escorrer-nos pela boca vezes sem fim, parti-lo em pedacinhos pequenos para descobrir todas as nuances da sua cor. Ele dá-se às nossas mãos. À nossa faca, que descasca as suas verdades eternamente escondidas do resto do pomar. Mas o que é certo é que podemos passar 100 dias a cozinhá-lo, 100 noites a come-lo, e na realidade nunca chegamos a conhecer o sabor do interior do seu caroço. Não sei se vai ser sempre assim, mas eu continuo a vaguear no pomar com o mesmo encantamento... e sem pressa.
1 comentário:
nunca se deve escolher o caminho mais fácil... neste caso a fruta de lata;)
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