sábado, outubro 23, 2010

Empanada argentina


Não há segredos sobre a empanada: para ser boa deve ser "muy rica". Na massa quebrada estendida na bancada ao longo de quase três milhões de metros quadrados, junta-se um recheio difícil de descrever. Montanhas cortadas em pedaços irregulares, planícies de iguarias fortes, uma pitada de salinas, folclore para saltear e um pouquinho de tango escondido no meio só para fazer apurar o sabor. Juntam-se ainda doses significativas de cordialidade e um exagero de malaguetas bravas. Não há molho: a essencia da empanada é seca. Quando por fim a comi e me demorei a saborear cada um dos seus ingredientes, fiquei satisfeita.
Mas quando me perguntam porque não fiquei totalmente deliciada, a resposta é simples: porque na sua simplicidade lhe falta a alegria genuína de viver. E isso é essencial nos meus roteiros gastronómicos.

Sem comentários: