terça-feira, novembro 13, 2012

Comida de rua


Há alturas em que somo brindados por palavras inesperadas. Com cheiro a comida de rua, mas com a clareza e calma do menu mais gourmet de sempre:

Ele - “Isto está difícil, não é?”
Eu - “Pois, não está fácil, não.”
Ele - “Mas olhe, há que ter força e não desistir.  Ele (apontado para cima) há-de ajudar-nos a todos”
Eu -  (Sorriso)
Ele – (Sorriso e um encolher de ombros)
Eu - Boa sorte para si! Desejo-lhe um bom domingo!
Ele - “Para si também, menina!”

Foram estas as palavras que troquei com um sem-abrigo que pedia no trânsito e olhou para mim num daqueles momentos em que a ordenação de ideias nos faz fechar os olhos para nos percebermos melhor. 
E, por momentos, tudo se tornou mais claro.