segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Chuva com duas pedras de gelo

Há algo de profundamente devastador na chuva que me deixa meio embriagada. Por um lado adoro o som da chuva. Adoro deixar que as gotas me molhem o cabelo e a cara como se estivesse a lavar a alma. Mas, se por um lado sinto uma paz esmagadora, por outro não consigo deixar de ficar devastada com pensamentos que me inundam de tristeza.
Esta noite acordei com a trovoada. Deixei-me ficar quieta na cama a ouvir aqueles rugidos do céu. Durante mais de uma hora não consegui adormecer. Pela minha mente passava um único pensamento: enquanto eu estava ali no escuro do casulo da minha cama, lá fora centenas de pessoas dormiam à chuva protegidas por um cartão ensopado. Um pensamento tão banal, mas ao mesmo tempo tão aterrador. Um dia um amigo disse-me: não te deixes sofrer com as dores do mundo. Mas a verdade é que não consigo evitá-lo. Às vezes gostava de ser menos “assim”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Oh Paulinha, acreditas se te disser que pensei exactamente no mesmo que tu na última noite???!!!
Também me dava tanto jeito ser menos "assim"...menos carangueja

Beijos
C.

Chef Cosme disse...

Que sentimentaloides pah!!! Um dia deixo de ser uma lamechas... (mais uma pros pacotes Nicola)