quarta-feira, novembro 18, 2009

Envelope recheado com doce

Os bolos sempre fizeram parte da minha gastronomia mais gourmet. Os envelopes, recheados com doce de entendimento, são raros, mas dos que mais gosto. Chego à cozinha quando a noite já vai longa. Encontro um à minha espera. Palavras vindas de Bali. Com cheiro a coco.

“Paulinha (como no fundo tu gostas)
Lembra-te da felicidade que sentiste em Ubud e alivia o teu coração. Acredita em ti. Não tenhas medo. Recorda aquele jantar: ‘Passei anos à procura da chave e a porta esteve sempre aberta’. Se precisares de mudar, muda. Se tiveres vontade de te entregar, entrega. Vive! Sorri!
Viver é maravilhoso. Seja nas montanhas tailandesas, nos campos de arroz balineses ou em Lisboa, lembra-te sempre de ser feliz”.

Decido partilhar esta mensagem porque acho que se adequa a muitos dos que por aqui passam. Palavras simples, escritas de mim para mim. Porque sabia que o regresso a casa estaria envolto em confusão… e porque nunca ninguém nos conhecerá melhor do que nós mesmos. Recebo esta mensagem com várias semanas de atraso (como eu gosto da lentidão da Indonésia…). Pensei que se tinha perdido, mas chega ironicamente no dia em que precisava dela. Deixo de tentar perceber os porquês destes acasos. Mas tiro a conclusão a que tantas vezes já tive de chegar: só eu estarei sempre lá para mim. Não sorrio, mas sabe-me bem ter esta certeza.

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