segunda-feira, novembro 30, 2009

Chocolate de chuva

Está a chover como no dia em que decidiste ir embora. Passaram horas, dias, meses, anos... tempo, demasiado tempo. Teimosamente continuo a não (querer) me despedir. Egoistamente não ligo para tua casa: Não quero ouvir, na voz de quem me atende, que já lá não estás.
Durante muito tempo achei que não tinhas o direito de ir embora daquela forma airosa e inesperada, sem sequer te despedires. Mais tarde percebi que nunca o poderias ter feito de outra forma: sempre foste o mais forte. Pensei muitas vezes ir ao teu encontro. Nunca fui. Na realidade, ainda não percebi se fará sentido ir. Um dia, talvez um dia, decida meter-me a caminho e falar contigo no silêncio. Mas hoje (e amanhã e depois também) não me apetece chorar.
Hoje comi um chocolate no meio da minha eterna solidão repleta de gente. Lembrei-me de ti. Lembrei-me daqueles bombons do Natal, dos teus olhos a brilhar, da forma como riamos naquela altura. Tive saudades. Nem sabes como. Um dia, seja onde for, vamos falar sobre isto.

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