quarta-feira, janeiro 14, 2009

Aprendiz ou mestra da culinária?

Lê-se nos livros que qualquer aprendiz de culinária tem de ter um mestre. Aqueles que nos guiam pelos tachos desde tenra idade e nos mostram quais os temperos a seguir. Quis a vida que eu me tornasse mestra à força mesmo quando estrelar um ovo era um enigma difícil de decifrar. Tentei, gabo-me de alguma destreza e lá fui dando os primeiros passos no mundo adulto gourmet, entre dissabores pouco próprios para principiantes.
Os anos passam e na minha cozinha continuo a ter de ser mestra. Diariamente. Sirvo pratos e travessas a quem me devia servir a mim. Dou conselhos sobre especiarias a quem me devia ainda estar a ensinar a definir sabores. Bato violentamente os problemas em massa, para facilitar o percurso de quem um dia decidiu que não queria mais usar avental. E estou cansada.
Não tenho sempre soluções no livro de receitas. E por mais que tenha os melhores amigos (mestres adoptivos) do mundo, já são muitas as vezes em que me teria sabido bem ter alguém que se sentasse ao meu lado no fogão a aconselhar-me. Mesmo que eu faça aquela ar de quem tem tudo sob controlo.

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