domingo, outubro 25, 2009

Coco

Indonesia. Talvez o destino mais desejado de toda a minha viagem. Sem avental, percorro de carro a longa estrada pouco recta que me leva ate Ubud, no interior de Bali.
Vejo mulheres com idade para serem minhas avos com o peito descaido, sem qualquer camisola vestida (nem vergonha da sua idade). Vejo criancas que cantam na beira da estrada. Vejo sepulturas em jardins, porque (aqui) os mortos estarao para sempre presentes. Sinto uma serenidade como ha muito nao sentia e dou por mim a chorar. Em silencio. Sozinha. Feliz.
No meio de todas estas emocoes impera um ingrediente: o coco. Saudavel e simples, mas sofisticado... como quase tudo em Ubud. Janto comida tipica feita em oleo de coco. Como a melhor panqueca da minha vida... com banana e leite de coco. Sigo a cerimonia de oferendas aos deuses onde sao entregues pedacos de coco. Sou recebida por um canadiano que me leva de mota pelos campos de arroz e me adormece com musica de meditacao e incenso com cheiro a coco.
Perco-me pelas ruas de Ubud. Uma familia de patos interfere com o transito mas ninguem se parece aborrecer. Deixei de querer saber das horas. Leio numa loja "O passado e historia. O futuro um misterio. O presente uma dadiva". Sinto (finalmente) a compreensao dessa mensagem a percorrer-me a mente.
Decido que me devo mimar. Durante uma hora entrego-me a uma massagem balinesa com oleo de coco. Faz-me doer a pele. Mas o cheiro entranha-se como se fosse ficar para sempre. Na Indonesia a minha cozinha passou a cheirar a coco. Quando voltar para Portugal nao sei que cheiro tera. Mas nunca mais podera ser o mesmo.