segunda-feira, outubro 29, 2007

Bechamel de procura de respostas

Ingredientes:
1 pacote de insatisfação
1 raminho de respostas

Receita:
Deita-se o pacote de insatisfação da sociedade numa taça alta e bate-se até esta ficar endurecida com as dificuldades. Na horta procura-se o raminho certo das respostas para polvilhar.

Explicações:
O homem nunca está totalmente satisfeito. Várias conversas têm-me levado a este tema e ontem, enquanto corria no estádio universitário em busca de alguma evasão, dei por mim a pensar nisto. Vivemos na era da procura incessante das respostas aos milhares de porquês que nos surgem de rajada. É como se vivêssemos constantemente à beira do abismo: queremos ter alguém, mas ao mesmo tempo temos medo de nos comprometermos; queremos crescer na carreira, mas também não queremos ser escravos do trabalho; queremos realizar os nossos sonhos, mas não temos coragem para deitar as obrigações para trás das costas e correr em busca do que nos satisfaz. O que fazer então? Estamos condenados à insatisfação?

"A religião é o ópio do povo", dizia Karl Marx. Mas hoje em dia a busca de respostas é feita de outras formas. Desde os livros de auto-ajuda - como o agora na berra intitulado “O Segredo” - a retiros espirituais ou até mesmo idas a cartomantes, a sociedade procura desesperadamente algo em que possa acreditar. Que dê um conselho sábio para ultrapassar a sensação de estarmos incompletos. Um caminho a seguir.

Será este um reflexo da competição em que vivemos actualmente? O ritmo aperta, todos os dias temos de provar aos outros, e a nós mesmos, que somos bons. Não há espaço para falhar. Há uns tempos alguém me dizia… e com razão: “As coisas valiosas não têm de ser alcançadas obrigatoriamente com esforço. Devíamos dar mais valor quando as conseguimos facilmente”. Vou tentar, prometo.

1 comentário:

Anónimo disse...

E eu também!


Esperançosa A.