terça-feira, outubro 16, 2007

Sopa de feijão manteiga

Ingredientes:
- 1 lata de feijão manteiga
- 250g de conselhos de um desconhecido

Receita:
Se quiser dexiar de ser um feijão manteiga esmagado na sopa do coração, oiça com atenção o que um desconhecido tem para lhe dizer.
Explicações:
Às vezes um conselho de alguém que não nos conhece consegue ser mais esclarecedor do que os que ouvimos das pessoas mais chegadas. Alguém que analise friamente uma situação, que não precise de tomar partidos.

Tal como numa sopa, a vida também precisa que se tape e destape a tampa do tacho de vez em quando. A minha tampa acabou de se destapar. Há que saber o momento exacto em que os ingredientes já não precisam de estar protegidos pelo calor desta guardiã. A mim, chegou a hora de enfrentar a corrente de ar da minha cozinha.

Viver e reviver o que já aconteceu consegue ser desgastante. Numa sopa, os feijões acabam por se desfazer se ficarem demasiado tempo ao lume. Eu, tal qual feijão manteiga que sou, decidi que estava na hora de continuar inteira.

Aqui fica uma proposta de música do Sting que eu adoro e que me inspira a recomeçar um “Brand New Day”. Quiçá desta vez como uma bela e robusta feijoca!

3 comentários:

Lady C. disse...

Ora pois minha Paulinha! A tua tampa destapou-se... a minha saltou, qual panela de pressão mal trancada! :-)
De facto, há momentos em que um "basta" é o tempero certo na sopa da vida e do coração. Gosto de regar a minha com um bocadinho de "reflexão", que lhe dá aquele sabor especial (próprio de quem consegue retirar ensinamentos) e a torna mais nutritiva.
Acrescentando-lhe também um pitada de "palavras sábias vindas de fora"... hummmm....divina gula esta sopa da Vida! Para comer, aprender e NÃO chorar por mais! Uma vez pronta e temperada nas doses certas, desliga o lume. Deixa arrefecer e enquanto isso, segue a Vida que é bela e ninguém tem direito de a estragar com maus temperos.

Beijos

Anónimo disse...

Uau...esta receita deixou-me tão entusiasmada que me deixou sem palavras...
Como se tivesse muito a dizer mas não conseguisse concretizar nada específico!

Adoro a metáfora de enfrentar a corrente de ar da cozinha...lembra-te também que a corrente de ar vai arrefecendo a temperatura da divisão e dissipando os eventuais odores que derivam desses magníficos pratos. Há que ver que, por muito bem que cheire uma sopa, às tantas azeda...

Um brinde aos brand new days que surgem sempre que os deixamos brilhar :)


Entusiasmada A.

Chef Cosme disse...

Se bem me conheço, mais dia menos dia volto a pôr o fogão em lume bem forte e volto a levantar fervura à sopa para não correr o risco de azedar.
Mas, por agora, nada melhor do que aproveitar a corrente de ar da cozinha para espairecer :)