quinta-feira, novembro 22, 2007

Cobertura de raspas de amor

Ingredientes:
1 frase
500g de teoria
Raspas de amor

Receita:
Bate-se a frase com as 500g de teoria até ficar macio. Juntam-se as raspas de amor, muitas vezes apenas para enfeitar.

Explicação:
Mais uma vez "O Monge que vendeu o seu Ferrari". Outra que me fez parar:

" Só depois de dominares a arte de te amares a ti mesmo é que podes verdadeiramente amar os outros"

Há muito tempo que esta é a minha teoria. Embora racionalmente esta seja uma frase de simples interpretação, pô-la em prática parece-me um pouco mais complicado... se bem que nem damos conta. Estaremos nós realmente prontos para nos amarmos a nós próprios incondicionalmente?
De há uns tempos para cá (expressão que eu tanto gosto de usar), tenho dito aos quatro ventos que cada vez gosto mais de mim. Mas será que me amo? Pergunto isto porque após uma breve análise do meu dia de hoje, semelhante a tantos outros, dou por mim a ter comportamentos totalmente auto-destrutivos. Amar-me-ei eu ao deixar-me trabalhar doze horas praticamente seguidas? Ao comer uma mera sandes ao almoço porque o tempo (e o dinheiro) não dão para mais? Terei eu respeito por mim mesma quando deixo para trás as coisas que me dão prazer em prol das obrigações? Terei eu amor próprio quando chego a casa e, em vez de ter tempo para um banho relaxante, uma conversa com a família, um jantar saudável, tenho apenas um tabuleiro em cima das pernas (com uma massa daquelas para aproveitar os restos que há no frigorifico) enquanto tento desenhar um esquema para o trabalho do dia de amanhã?
Será a minha ambição e a paixão pela minha carreira uma forma de não me amar completamente a mim? Não sei. Mas às vezes duvido que me ame tão incondicionalmente como devia. Será que alguém o faz?

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